5 de novembro de 2009

O admirador

Não há ser que passe despercebido pela alma de um poeta. Não há o que não seja notado por seus olhos curiosos, por sua mente maquinaria ou por seu coração de manteiga.
Poeta não ama, só admira demais. [E ai como exagero ao dizer "demais"!]
A felicidade de um poeta é ter em mãos um lápis e um pedaço qualquer de papel, colocar em palavras o que sente ou vê.
Não ouse se aproximar demais de um poeta! Você pode achar que é amor, mas ele simplesmente quer decifrar seus sentimentos, segredos e afins. Poeta é, definitivamente, curioso.
Poeta observa a vida, as pessoas e o que há de mais interessante nelas.
Poeta tem consciência pesada, ansiedade, vontade de descobrir logo o segredo alheio e compará-los aos seus. Poeta fica em estado vegetativo durante horas só para observar. Poeta admira!
-Quero olhar para teus olhos até que minha vida retorne.
Poeta tem vontade de mostrar um pouco de si e esconder que é poeta. Poeta quer atençao!
-É você que eu quero, e é você que eu vou ter.
Poeta tem um quê egoista e "um outro quê" solidário.
Poeta gosta de saber que outras pessoas gostam das mesmas coisas que ele. Poeta é, pra toda vida, amador! Poeta sente muita e muita dor, nada de amor.
-Admira, admiro..
-Corre poeta, corre atrás de seus ideais, ídolos, coisas ilegais.
-Ama poeta, ama! Tente não ser tão forte assim.
-E ama poeta, amo!
O que admira, poeta, pode não ser para sempre; e há certeza que ficará guardado em seus sonhos.

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Mariana Lopes

Um comentário:

  1. Mari.. esse foi o melhor texto seu que eu li.
    "Poeta não ama, só admira demais."
    "Poeta gosta de saber que outras pessoas gostam das mesmas coisas que ele. Poeta é, pra toda vida, amador! Poeta sente muita e muita dor, nada de amor."

    lINDO DEMAIS, Mari
    beijo ;*
    sou seu fã

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