27 de fevereiro de 2009

Anjos


O silêncio de cada canto
Suaviza toda uma eternidade.
Os códigos ainda não foram decifrados
E a vida continua a mesma.

Nossos olhos são unicamente coloridos
Pela vida pós morte que temos.
Nossas armas são feridas anti-voo
Geneticamente alteradas ao vento.

Somos soldados de um poder imenso
Modestamente modificado aos poucos
Os atos são planos não-bonitos
E queremos fugir, FUGIR.

A vontade é controlada pelo impulso de sermos servos
Temos vontade imprópria de sermos cegos
Sabemos controlar qualquer vidinha fútil
Mas consciente somos do que fazemos.

Não recebemos asas
Somos manipulados e sujos
Não cremos em deus algum
E ainda somos anjos.
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Mariana Lopes

4 de fevereiro de 2009

Preciso ser cega para poder admirar, pois sou uma observadora que não pode observar.

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Mariana Lopes

Liberdade[zinha] falsa.

Pais, tios, primos.. tudo! Envolvem-se num conflito onde a liberdade está em jogo, mas é jogada fora.
Aqui existe felicidade, mas é preciso fugir para tê-la.
O ódio torna-se constante.
E a vida..!? -Ela some, simplesmente desaparece! E você se torna lixo; nada. Bonequinho de Deus!
Querem fazer com você tudo o que não fizeram com os outros.
Querem te poupar do que fizeram..! Mas cobram o mesmo preço, a mesma não-vidinha de sempre.
Nesse conflito há somente duas possibilidades de atravessar as grades: ou com os amigos ou com a morte.
-Aconselho-te a liberdade.

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Mariana Lopes

Poetético

Sou fria como quem morre
Não me envolvo com ninguém
Sou pedra dura em água mole [QUE NÂO PODE ME FURAR!]Sou gelada como quem vive e não consegue se levantar.

Tenho amor pra dar e vender
Tenho dor que não suporto
Sou amante da morte amiga
Mas não me expresso, não me importo.

No velório, fixamente, olho você parado.
Nada existe, nada move naquele inferno angelical desesperado.

Encontro nos versos a única solução para me descongelar.
Não tenho lágrimas caindo dos olhos,
e por mais que sejam frios meus sentimentos
ainda tento te impressionar.
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Mariana Lopes

Demasiado

Queria ter a delicadeza de quem tem as mãos suaves.
Queria beijar como quem beija com prazer.
Queria sentir o que se sente quando se ama
E ver seus olhos olhando os meus.

Queria ser tão simples.
Queria ser inteiramente mulher.
Queria ter vaidade-moda
Mas isso não me incomoda.
Porque sei como quero ser.

Minha mente se confunde
e ja não sabe do que é capaz.
O que eu queria era que alguém pudesse me amar;
porque eu já amo demais.

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Mariana Lopes